11/19/2007

Faz um tempo

Curuzes, quanto tempo.

Acredito que em dezembro eu consiga ir numa sessão e depois se der coloco algo aqui.

até

6/19/2006

Recebendo e entregando almas




Sexta, dia 16 de junho.

Cheguei correndo. Quase não deu para tomar banho direito. Mas às 19:00 eu tava lá.
Gosto de chegar com tempo, já em 20 km/h, devagar, me preparar, já meio ZEN.
Porém, nada disso. Cheguei atucanado.

Como da última vez, a turma tava bem humorada.
Como da última vez, tinha mais mulheres que homens.
Como da última vez, todos os que cantavam faziam-no com vontade.
Como da última vez, havia muita alegria.

Novamente a cerimônia começa sem cerimônias. Vamo lá pessoal, chama Dom Sérgio. Cada um toma o seu martelinho de oasca e vai se sentar. Antes, ouso perguntar para um fardado: Primeiro os fardados? Aqui todos somos iguais, pode ir! Ok. Tomo e vou me sentar.

De novo, não senti o gosto amargo da bebida. Acho que é bem diferente a fonte desta do que a que tomava habitualmente, que era a do Padrinho Nonato. Sei lá... Pode ser a graduação diferente apenas.

Fazemos uma prece curta e sincera para início dos trabalhos e já começamos os cantos do Hinário do Mestre Irineu naquele Xerox surrado que em quantas mãos já andou e a quantos já ajudou. Vale lembrar, o Daime é de Cura.

A sessão começa e para variar é tudo diferente. Mas isto não é privilégio da casa. Todas as cerimônias são sempre diferentes. Mas, nessa casa, é minha segunda vez. Claro, diferente. Os dois primeiros hinos são cantados em pé. É para firmar a corrente explica o dirigente.

Particularmente, sinto que o "clima" está estranho. Que depois entendo.

Começo a sentir as coisas da mediunidade lá pela décima música. O Preto já abre o Ponto sobre o meus pés. UFA, tô p r o t e g i d o. O Ponto é um portal desenhado no chão, já que dentro dele é passagem para sei lá aonde. No centro há um triângulo azul escuro que está dentro de um círculo, que também está para outra dimensão.

Começo a me tremer todo até o ponto em que não controlo mais a tremedeira e minha perna esquerda treme que é uma vara.

Quando canta o hino da linha do T u c u m, também acontece uma coisa curiosa e principalmente quando chama os caboclos. Já vi que tenho afinidade com essa linha aí. Só sei que me senti muito forte e minha postura mudou. Mas não estava ainda vendo muita coisa. Também não estava preocupado em ver. Tô numa fase diferente, concluo.

A tremedeira continua por um bom tempo. Vejo uma coisa ali, outra aqui. Olho para uma fardada na minha frente e vejo uma capa sobre ela. Mas também não fico olhando muito. Sei lá, não é muito bom ficar olhando para o outro. As vezes a gente "pega" do outro. Assim como tem coisas engraçadas. Um vez no salão eu vi um onte pizzas ao meu lado, voando. Depois uma menina confessa que deu fome nela e ela queria muito comer pizzas.

Um pouco antes do canto da Janaína algo se monta do meu lado direito. Paro de tremer. Uma espécie de folhagem, sei lá não fiquei olhando muito. Só que o negócio insistiu e eu tive que olhar. Parecia uma "toalha" grande para um breve pique-nique. Nas bordas desta toalha tinha um "bordado" amarelado. A toalha era branca e verde, mais branca. Tinha umas coisas na toalha que não tenho nem idéia o que eram. Para minha surpresa aquela toalha sai do chão e vem para trás de mim e me cobre como um manto. E outra entidade se apresenta. Não sei o nome e não perguntei. Era energia feminina. Tinha um cocar, era do mato. Ao seu redor o mesmo amarelo se faz ao meu redor num círculo de uns 2 metros. O que segurava o cocar de plantas era o mesmo amarelo do chão e da toalha, como uma t i a r a. Ficou umas 2 músicas e se foi.

Aí do céu aparecem uma luzes que saudei e do meu saldo veio outra que já se havia apresentado noutro dia. Ela faz um sinal na testa com a mão direita. Depois faz um sinais nos ombros, no antebraço e na mão, nos dois braços. Tinha cores verdes também e trabalhava com a mão direita.

Aí, vem uma outra força que me "força" a ficar bem parado. Sem se mexer. Alinho a coluna. Entro na "viagem" do Daime propriamente dita. Fico leve. Aí começo a ir para dimensões diferentes. E claro, começo a tontear. Paro a viagem, mas ela não quer parar. Abro os olhos, quero cantar. Mas, sem chance. Tô t ontinh o. Hein, tem alguém aí? Minha intuição, uma voz, diz: Fica quieto aí. Fecha os teu olhos que ainda não terminei. Não se mexa, você pode ter alguma sequela, estamos trabalhando... tá, tá, tá... tô quieto.

A mesma intuição me lembra que para dar uma bandinha em outras dimensões é necessário uma equalização energética senão não rola. Essa equalização não é fácil de segurar no osso. Aqui que dá peia. Não tive peia, UFA.

Segunda chamada, segunda dose. Tomo o martelinho sem medo de ser feliz. Aliás, isso também é difetente. Os dirigentes se dirigem com as doses até os presentes. Os hinos não param.

Vamos para uma segunda parte. O Padrinho principal avisa. Pessoal, agora vamos para sessão em que cada um cuida de si. É hora de dar conta da quantidade que cada um tomou. Fechem os olhos e não dêem bola para o que vai acontecer ao seu lado. Peço disciplina a todos.

Confesso que fiquei um pouco confuso com essa tal de disciplina. Afinal, do que se trata?

Luzes apagadas. Outros cantos. Mal começa o canto já começo a mirar. Começo a ver flores de novo, como da última vez. Claro, diferentes. Vou ver se entendo o que o hino está dizendo. O hino fala de flores. Olho para os meus braços. No direito vejo umas flores de campo que vem do meu braço esquerdo. São dois ou três galhinhos apenas. Flores bem delicadas. Olho para o resto do salão e várias flores circulam naquela velocida típica do ritual quando está em contato com coisas da natureza, tudo meio devagar.

Num olhar mais atento para o meu antebraço esquerdo vejo uma coisa que me chama atenção. É como se fosse uma gaveta de cor escura. De dentro do cutuvelo na parte interna do braço é que saiam as flores de campo que caem sobre o braço direito.

Na minha mão direita as flores que estão no salão passam sobre ela. Uma fica. Percebo que é uma rosa vermelha. Sinto uma entidade que me intue para levantar a mão e distribuir esta rosa. Levanto a mão. Ela treme, treme e treme e a Rosa se multiplica em muitas. Essa tremedeira na verdade era para espalhar a rosa.

O dirigente interrompe e pede disciplina novamente. Putz, que é isso afina? Botei as mãos no meio das pernas e fiquei lá.

Um luz amarela surge forte. Olho no meio das minhas pernas e vejo pessoas sobre mim. Que é isso? Intuo de mandar esssa luz para essas pessoas, não sei o que era. Mais pessoas aparecem e continuo canalizando esta luz. Então não dá para ficar paradinho.

O negócio para. Fico lá de olhos fechados. Uma coisa começa a me ajuntar, abraçar, cobrir, do meu lado direito. Vem devagar, naquela velocidade assustadora das criaturas que se mexem devagar. Vai tomando meu corpo e vejo que é forte esta força. Chega no meu peito. Vejo que é de uma cor escura. Está agora tomando conta do meu colo e eu começo a sentir medo. Não gostei. O Seu força escura, pode recuar não tô gostando docê não. Volta aí vai. O negócio não volta. Ih, me ferrei. O negócio estaciona. Fico sendo abraçado por aquilo. Devagar, mas muito devagar ele começa a voltar. UFA. Olha, vai me desculpar, não sei quem você é e nem o que quer e pelo jeito você não conversa, então dá licença aí vai.... ele vai saindo, mas sem muita pressa. Ai meu Jesuzinho. Olho para cima, procuro a luz.

Eis que surge duas luzinhas azuis no alto a esquerda. Ai que bom. Me sinto amparado. Começo a me sentir seguro. Olho para elas e peço socorro. O negócio começa a voltar, mas demora para sair. Eis que surge outra criatura que sei lá o que era e me intue para prender a mão direita no chão, como uma lança. Finquei-a no chão. Me pareceu uma proteção. Fiquei uma ou duas músicas assim, segurando aquela força escura na mão direita.

Putz, a mão esquerda começa a formigar e a se torcer...ai, ai, ai... Nesse instante o Dom Sérgio interrompe a sessão. Pessoal, vamos interromper, tá na hora de entregar as almas. Mas já, alguém pergunta. Já, agora. Então ele lembra a todos os presentes, de que ninguém fique com nada de ninguém. Os problemas que aqui foram tratados que os responsáveis levem consigo. São problemas deles e não nossos.

UFA... a coisa tava preta mesmo, porque vi mais pessoas no salão, mas não entendi direito o que era.

Começa o Cruzeirinho. Salve o cruzeirinho. Lá pela quinta música as coisas começam a clarear, pelo menos senti assim.

Logo de início ele já chama atenção ao bailado. Atenção pessoal, vamos se concentrar. Aos poucos a alegria vai tomando conta e a luz volta a brilhar.

Assim vai a sessão até o fim. Encerra-se os trabalhos. No fim tudo acaba bem na santa e merecida Paz.

6/06/2006

Umbandaime




Hoje é uma famosa data para muitos que crêem: 06/06/2006 --- 666

Os místicos quentes dizem que a data que seria hoje, The Beast Day, é lá para 2012, em dezembro. Vai saber! O mais curioso é que os cientistas também acreditam nesta última, já que a globosfera tá entrando numa autodestruição crescente, que neste ano de 2012, será crucial.

Mas a sessão do Santo Daime ocorreu no dia 26 de maio. Então, há 11 dias.

Cerimônia diferente, bem diferente. Bem no centro da da cidade. Um local próximo a rodoviária, ou melhor é do lado da rodoviária, com aqueles hotéis, bares, lojas, pessoas de todos os perfis, animais vagando... entendem né? Digamos, não dá nem 20 metros da rodoviária. É sexta-feira . O Daime é de cura.

Certa vez li, numa comunidade do contra, que por o Daime se realizar no meio do mato, facilitaria com que as pessoas entrasse numa viajem contextualizada e nesse contexto facilitaria as tais mirações, autosugestões, hipnose, etc. Balela. Nada a vê.

Cheguei cedo, quase 20 minutos antes. Só tinha os dois padrinhos que lá nem padrinhos são, são Padres.

Me assentei. Caracas, não tinha nem começado a cerimônia minhas mãos já ficaram quentes e ainda, começaram a verter. Energia forte demais. Tá muito fria a noite. Oba, hoje vai ser bão.

Confesso estava bem apreensivo. Casa nova. Primeira vez. Grupo novo, para mim ao menos. Não conhecia ninguém. Fiz uma prece básica segurando meu colar de lágrimas de Nossa Senhora e rezeu pro Preto que olha: Não deixa de oiá o homi aqui não tá!

18:50 da noite. O povo começa a chegar. Bastante mulher e poucos homens para variar. A cerimônica começa sem muita cerimônia. Um pouco depois das 19:00. O Padre diz, vamos começar... e já vai cada um tomando um martelinho de Daime na fila que prontamente se forma. Não há uma ordem, como primeiros fardados e depois visitantes. Quem chega no mesa vai tomando.

Chegou minha vez. Ecas, aquele gosto ruim e a peia assombravam minha experiência... o Padre me diz toma rápido, de vêis, que o gosto não é bom. Eu sei Seu Padre, pensei comigo. Tomei!

Ops... que gosto é esse? Não acreditei eu NÂO senti gosto algum. É sério, nunca tinha acontecido. Já tomei diferentes graduações do Daime, mas não senti o gosto do vinho, do azedo, do vinagre, enfim.

Sentei na cadeira. Há, antes, bati um papo rápido com uma fardada, a Maria. Bem atenciosa, ela dá a letra: é mesa aberta, então manifestações mediúnicas são permitidas desde que não perturbe o ambiente e claro o irmão do lado. Peço-te disciplina. Ok! Ufa, enfim livre. Pois é, sentado, espero o trem que geralmente demora uns 25 minutos para apitar.

Então tenho 25 minutos para cantar e curtir os belos hinos e ensinamentos do Mestre Irineu. É o Cruzeiro, hinos bons de cantar. As folhas, o hinário, são uns Xerox bem batido, já usado barbaridade... pensei em quantas pessoas já usaram essas folhas surradas... em cada folha A4 tinha uns 6 hinos, senão mais. Adorei isso.

Começou bem. O pessoal cantando com vontade. A mulherada mandando vê. O violão bom de ouvir. O batuque bom de embalar e se firmar... bom, muito bom! As vezes, o microfone atrapalhava a harmonia. A meu ver, quando não utilizaram o microfone era mais audível, mais natural. Agora, a menina do batuque e o rapaz tão de parabéns. Eles seguram a onda de uma maneira contagiante. E cantam com vontade, com alegria, com muita felicidade, com tesão que contagia. A menina então. Muito bom, muito bom. Aliás, cabe uma observação, foi a primeira sessão em que vi mais de uma fardado em que seu semblante manifestava alegria, como rezam os hinos. Não sei porque, em Igrejas o pessoal é mais sisudo, principalmente em bailados. Não que não sorriem. Mas demora, demora. A alegria vem lá para o final da sessão. Nesse a alegria da turma era gostosa. Tudo a vê com os hinos, porque os hinos falam de alegria, falam de irmãos, falam de amor, falar de estarmos juntos no salão. Nem sempre é o que está explícito no salões, nas casas. Claro, não são todos com este comportamento, mas é assim na maioria dos lugares que já passei. A alegria demora para surgir.

Passa o trem e eu não perco a oportunidade. Entro nele. Tô bem. Sem tontura. Sem enjôo. Naquele bem estar do Daime por vezes somos presenteados.

Olho para o lado esquerdo. Tem uma cruz de uns 3 metros aterrada. Um cruzeiro grande. Ele fica como se a proteger a entrada da casa. Fica uns 2 metros da mesa. Na base dele tem algumas coisas, parecendo oferendas. Não dou muita bola para a Cruz, ela parece fazer parte. Como fazem parte as cadeiras, as pessoas, as velas, os objetos.

Passa hino, vai hino e a cruz continua lá, ali. Pô, e na verdade me dou conta disso. Putz, que baita cruz. Ela não sai daí! Continuo agora olhando o terreno com os olhos fechado. Uma luz perto da cruz está sempre presente. Como tá lá, não dô muita bola. Mas a luz insiste perto da cruz.

Opa, minha mão direita começa a se torcer bem como meu braço. Ele se aponta para baixo com dois dedos em riste e fica nessa posição uns 3 hinos. Braço esticado para baixo. Sei lá o que era, dessa vez não me preocupei em ver quem se manifestava, porque, na maioria das vezes vejo. Mas é semelhante ao útimo trabalho onde vi uns portais de fogo se abrindo no chão no final da cerimônia.

Bom, meu braço daquele jeito. Tento ver quem é então. Fecho os olhos e dou mais uma olhada no salão e resolvo olhar para a fosflorescente que continua acesa. Olha para a esquerda e tá ela lá. Perto da Cruz, que continua ali. Abro meus olhos físico, e não tem nenhuma lâmpada ali, ao contrário tá uma pequena penumbra ao fundo. Mas, o fardado que tá onde está a lâmpada está fazendo gestos como se tivesse incorporado. Ah, bingo. Aquela luz é um guia, um ser, sei lá... e tá ali com esse fardado já há algum tempo. Paradinha atrás dele. Que bonito. Fico feliz com isso.

Bom, então abro os olhos. Começo a me tremer todo, curuzes. Uma tremedeira forte. Todo o corpo treme. Não sei, sinceramente se era o frio, porque entrava um frio por baixo daquela porta que estava semi-aberta, ou chama violeta, ou mediunidade. Não sei mesmo. Porque eu não sentia frio embora tremesse. Pois é, como lá no retiro do Gravatal. Não sinto o corpo doer de frio (pô eu tremia o corpo inteiro), mas sentia-o tremer muito. Curioso, se frio era pois, o daime também te desloca da dor. Isso explica as cirurgias que já me ocorreram com o Daime. Exceto a última nos rins, que senti dor mesmo. Cheguei a botar a mão direito sobre meu rim esquerdo. O Daime não neutralizou. A dor foi bem forte portanto. Me contaram que algumas mulheres no norte tomam daime para o momento do parto.

Mas continuo ali e continuo cantando ao invés de me preocupar em ver. Entra o botafumeiro (defumação). Sempre acontece coisas na hora do botafumeiro. Vejo umas coisas acontecendo e me dou conta que não tô a fim de ver muito. Geralmente limpeza tem umas criaturas estranhas demais. As vezes não é bom. É ruim ficar vendo o tempo inteiro, é como se um cansaço aparente surgisse. Claro, não é uma condição normal, então de certa maneira, é um estado de concentração, de meditação por um tempo em que não estou naturalmente... não é o dia-a-dia.

Opa, passa um, passa dois fardados numa gira forte. Um incorporado assobiava e no fundo do salão alguém recebe um passe. As entidades estão se manifestando, ora ali, ora aqui. Continuam fardados e fardados nesse processo de limpeza junto com o botafumeiro.

Da minha parte, minha mão esquerda se contorce agora. Meu braço se eleva e se aproxima do meu peito. Fico ali com a mão contorcida por um tempo, uns 3 hinos também. Também não sei exatamente o que era. É semelhante a força de um que se apresentou a primeira vez e que trabalha para esquerda e para direita.

Vem a segunda consagração e pergunto se dá para pular, porque em mim tá forte, não preciso de mais uma. Mas também já aprendi, é bom sintonizar na corrente, ficar na onda. Não é bom estar demais nem de menos. Então, um dos padres pergunta para o outro e tudo bem, apenas diminuem a dose. Tomo. De novo, não sinto gosto de nada.

Os hinos continuam, já não acompanho através do cantar porque tô bem alto. Deixo as manifestações acontecerem. Aparece um, trabalha com as mãos e um outro em particular me chama a atenção. Mas antes, uma manifestação bem linda se inicia logo que as luzem são apagadas e ficamos a luz de velas. Hinos diferentes são cantados. Fica mais íntimo o ambiente.

Do t e t o, e dos q u a t r o c a n t o s começam a entrar arco-íris, como um véu caindo das paredes. Devagar, tocam em todos. Devagar chega ao centro da mesa onde os quatro cantos se juntam. Do centro da mesa sai um negócio que não saberia dizer o que era. É jogado para cima. Abre-se como uma couve-flor e sobre numa velocidade mais rápida ainda. Um espetáculo. Isso tudo demorou. Era uma velocidade bem lenta até esta explosão no centro. Um pouco antes de isso acontecer o salão foi preenchido por várias flores, parecendo margaridas, que contornaram todo o ambiente. Como um cordão de flores.

Bom, após esse a r c o - í r i s, olho para frente um pouco à direita. Tem alguma coisa se mexendo. Olho bem. É como se fosse um túnel, de meio metro de diâmetro há uns 5 metros de onde eu estava sentado. Desse túnel vem saindo uma bola de luz, devagar também. Vejo o túnel cilindrico assim como vejo a bola lá dentro. Logo vejo que é alguma força que quando vem quer bater um papinho mais de perto com alguém. Ai ai ai... aquele negócio vem em minha direção. Ih, fui o escolhido. (já aprendi no Daime que quando uma c r i a t u r a te escolhe, vem incorporação na certa, se não é incorporação é auxílio para) Que venha. E o negócio vem, devagarito, devagarito. Passa por baixo da minha cadeira aquela bolinha dentro do túnel. Vai até minha frente, digo na frente das minhas pernas e volta. Volta e para baixo da minha cadeira e sobe. Se abre abaixo de mim e tudo fica dourado e vermelho. Minha cabeça olha para cima, quase me derrubando pra trás. Meu braço direito quer ir para cima, mas eu seguro... ele insiste, eu seguro... queta aí braço! Começo a ver um monte de coisas para onde meus olhos focam, mas nem dou muita bola, embora o universo parecia literalmente se manifestar. Aí, eu começo a tentar escutar que hino é, porque geralmente o hino tem a ver com o que se apresenta. Mas não é que para o hino quando eu ia escutá-lo! Putz, que coisa é essa afinal. Tcharam... começam a cantar um hino de exército, batalhão, guerreiros, algo assim. Coisa de São Jorge... Hummm. Acho que é dessa linha aí. Vermelho, espada... Minha mão esquerda quer se posicionar na altura do rosto como a posicionar, segurar, uma haste. Fico nessa posicão uns 3 hinos também.

Bom, aí depois continua a cerimônia. Mais algumas mirações, como o Preto que vem e faz um ponto riscado, que vejo o que exatamente é o ponto. O ponto é um portal, um concetrador de energia. Abriu-se um buraco em meus pés quando o ponto foi feito.

Bom, depois nos levantamos quem podia. Levanta quem estava em condições para o pequeno bailado do cruzeirinho. Alguns ficaram ao redor da mesa, nas cadeiras. Esse bailado é bom, as músicas são lindas. A corrente continuou forte até o fim. No final o hino do parabéns foi cantando para alguns, assim como para os novatos. Eu ganhei uma rosa cor de pêssego. Alguns recados foram dados e é o f i m dos trabalhos, e dos abraços, e o tchau.

T c h a u.
Próxima sessão dia 16.

5/06/2006

Cerimônia ao Ar Livre













Cerimônia de feriado, dia 22 de abril, em Gravatal - SC.
Ao ar livre. A sessão começou às 15:00.


Estava bem frio. Todos estavam bem agasalhados. Alguns com cobertores. Eu comecei com chinelo de dedo, depois subi no nosso grande salão/quarto da casa e coloquei um tênis. Já aproveitei e peguei um cobertor. Começou frio e depois, muito frio.

Fizemos a prece e os procedimentos de abertura. Logo depois a consagração. Haviam 4 que tomariam pela primeira vez. Minha dose foi um pouco a mais na medida do copo do que geralmente tomo.

Ando numa fase de paz comigo e desde que tomei a última peia, já faz duas consagrações, eu andava receoso. Não quero mais tomar peia. Tô fora! Então, policio-me dentro de certas normas que estabeleci para comigo que não deixam de ser regras morais, que para um bem estar, tem me feito bem. Bom, mas isso são conclusões para depois do relato de hoje.

Tomo, faço aquele prece básica e importante, desejando a todos e a este que fala um bom trabalho. O frio começa a pegar. Agüento por um tempo, porque na terceira música jogo a toalha! Vou lá pegar o meu tênis e um cobertor. A borracheira entra no primeiro pico, que geralmente é forte, e me afrocha o estômo. Me levanto e vou para o banheiro o mais rápido que posso. Quando sento no trono para o dowload, o pico aumenta. Eu começo a rir né. Eu bem no meio do processo e o conteúdo da página baixando... me concentro muito e converso com a dona Borracha... O moça, segura a onda aí senão vai dar sujeira, continuo concentrado e por momentos saio do pico. As paredes do banheiro continuam a se mexer, mas consigo manter os sentidos bem atentos. Mas foi bem engraçado.

Caminhando de volta, me lembro de pegar um cobertor. Pego-o e desço bem equipado para a cadeira lá na corrente. Antes de sentar me dá vontade de contar para o primeiro o que acabara de acontecer no banheiro.

(Sento na cadeira e as mirações já começam a mil. Putz, já faz 6 dias que aconteceu a sessão, então não me lembro exatamente em que ordem tudo aconteceu, mas foi mais ou menos na ordem que colocarei.)

A primeira visão que pega forte é um negócio que chamei de portal Voodoo. Começou a aparecer uns rostos pintados. Um em especial bem perto de mim e do meu lado esquerdo, com aquela cor branca em rosto escuro e de uma pintura tribal. Um pouquinho antes desse rosto aparecer, pergunto que coisa é essa antiga, montanhas, mata fechada, e a coisa me diz: é você mesmo. A intuição me diz que estou em algum tipo de resgate, se cármico não sei, mas era um resgate. E aparecem daquele jeito, muito galho, mato, e a coisa começa a pegar e tal... ai aparece esse sujeito com a cara pintada bem perto, me assusta é claro, mas mantenho a concentração e então vai fechando a mata. Olho para frente e aparece um negócio, que é uma entrada redonda, um túnel, torneada com mato (galhos e folhas) Aquele negócio me convida para entrar, e eu... amarelei. Num vô entra aí não o seu Voodoo. Hoje não obrigado. Fica para a próxima, tá bom. Fica brabinho não, mas hoje eu tô querendo luz, não tô afim de dar banda no escuro hoje não.

É sempre assim. Quando entro nesses túneis, nesses que não saberia chamar de outro nome, a não ser portal, vou para uma outra dimensão. Nessa dimensão a velocidade é outra e dá uma tonteira legal. As vezes não agüento. E também, dependendo o túnel que se entra, é muito fácil começar as alucinações que acabam se confundindo com miração. Aí ficam luzes dentro da cabeça mesmo. Diferente das mirações, que são do lado de “fora da cabeça”. Pelo menos é assim que mapeio. Além do que, nesses túneis, é fácil ir para criações mentais, e não as mirações em si. Ou seja, você para de ver o que ta vendo, mas ver o que você quer. É muito sutil essa diferença no começo, mas com prática percebe-se a diferença de alucinação, miração e criações mentais.

Esses túneis são os mais diferentes em propósitos possíveis e aparecem de formas bem diferentes também. Como são diferentes não teria como identificá-los, mas alguns sempre aparecem. Os que surgem dentro de uma luz, ou um ser árvore, seres estranhos, pegam legal. Digamos que é como se você fosse engolido vivo por um dinossauro de pescoço cumprido. E você logo que chega no corpo, passado o pescoço, a coisa ganha velocidade e dimensão de montanha russa. É punck o negócio. Já notei em túneis que entrei que isso parece um teste, para ver até onde você vai agüentar.

Certa feita fui até o fim. O final foi um verdadeira consagração. Mas isso conto noutro momento com detalhes, porque foi uma sessão muito especial. Foi a sessão de natal de 2005. Em resumo, fui levado numa cadeira suspensa no meio do mato. Haviam seres dentro das árvores que olhavam eu passando. Essas árvores eram troncos de madeira com seus 4 a 5 metros de alturas onde dentro de cada tronco tinha alguém, que não saberia definir. A cabeça parecia humana, o resto não dava para ver porque estava dentro da árvore. Me suspenderem nessa coisa (tipo aquelas cadeiras que o pessoal carregava outros de uma casta maior) e eu fiquei esperando. Me botaram num altar no meio do mato. Esperei o que ia acontecer e aí aconteceu. Alguma voz que não sei da onde disse: Esse está pronto. Aí meu, essa mesma voz colocou uma coroa que identifiquei sendo de galhos de árvore na minha cabeça e me fez sentar nuns troncos na horizontal. Quando eu me sentei, a minha cadeira tronco ficou de um branco e de um azul brilhante incrível que se expandiu acho que um metro para ambos os lados... aí, eu virei uma árvore. Literalmente. Vários galhos começara a me cruzar o peito, a me furar por todos os lados, e aos poucos fui criando raízes e me tornando uma árvore bem grande. Não consegui me mexer, estava petrificado. Criei raízes enormes e profundas e depois, meu Deus do Céu... mas isso conto em outro momento.

Mas voltando a sessão a céu aberto... logo que o portal sumiu da minha frente vi que fiz bobagem, que deveria ter entrado naquilo e que havia alguma coisa que tinha que resolver. Como de praxe, não fiquei sismado com isso, senão se entram as criações mentais e as emoções atrapalham o continuum das visões. Passou! Próximo.

Os próximos foram as montanhas. Muitas montanhas. Montanha para lá, montanha para cá.... vi que estava pelas bandas dos Incas. Não sei se era Machu porque nunca fui lá, mas eram de lá. E aquelas montanhas continuavam a aparecer. Ah, e os cantos, os hinos rolando...

Olho para frente e começam a vir as ondas/línguas, sei lá como definir isto. Aparecem umas que aparecem cabeças de gente. Uma do lado da outra. Olho de novo e penso, vem as caveiras de novo. Sempre quando alguém da sessão vai vomitar (limpeza) eu vejo a língua (imaginem uma folha de babosa) e as línguas passeando pelo povo com um monte de caveirinhas grudadas nela... é batata, alguém tá passando mal. Ou vai vomitar ou tá no banheiro... Quando tá assim, me concentro para não ir na onda da turma, porque geralmente baixa a corrente e a coisa fica preta, literalmente preta. As vezes fica cinza e aparece aqueles abismos onde escorre o caldo cinza que sai do povo. Geralmente é assim que ocorrem as limpezas. Aparece as caveiras na babosa que indica que a coisa vai pegar, o rio cinza vem em seguida escorrendo água suja e os abismos colossais também despertam no horizonte bem próximo a turma da cozinha. Já vi em Igrejas Daime um duto que cai nesse abismo. E nesse duto sempre no mesmo lugar cai água suja o tempo inteiro.... limpeza, limpeza...

Tem outros tipos e outros seres de limpeza. Esses aparecem antes da água. As vezes não tem água, mas geralmente tem. Uns são deveras feios, mas fazem uma limpeza legal. Acho que os mais assustadores são os seres polvos, cheio de tentáculos. Esses para mim são os mais assustadores até agora. E são bem ariscos. Tem umas plantas de limpeza também. Juntam as meleca do pessoal e somem. Tem uns outros seres e vi um assustador também, esse parece que morava debaixo do salão daquela igreja, eu tive que olhar mais de uma vez para primeiro acreditar e depois tentar realmente ver o que era se era um ser planta diferente ou um cobra de tamanho inacreditável. O Bichando devia ter os seus 1 metro e meio de diâmetro. Se locomovia bem devagar, como uma cobra e era muito, mas muito assustador. Ele cobria todo o salão sobre o chão. Eu só percebi na última consagração que fiz naquela Igreja. Era um trabalho de concentração e por sinal foi a sessão que menos mirei até hoje, então não deu para especular muito aquele bichano ou arvorezano, embora tivesse consagrado 3 vezes naquele local. Era festa de algum santo que não me recordo agora e entrega de trabalhos do ano que passou. Uma festa bem bonita. Foi em janeiro de 2006, lá em FLOPA. Devia ter umas 120 pessoas, e o salão lá é bem grande e aberto. Aliás, lá tem um fauna/flora espiritual fantástica.

Bom, mas desta vez as criaturas da limpeza que vi lá em Gravatal ficaram só nas línguas babosas indicando que alguém passaria mal. Mas como estava em céu aberto não sabia realmente se alguém estava passando. Não escutei ninguém vomitando e então até botei em dúvida se as babosas caveiras realmente indicam alguém naquela peiazinha básica do Daime. No final vim a saber que duas meninas vomitaram... bingo.

Após voodoo, montanhas e essas cabeças que pareciam caveiras mas que olhando bem eram cabeças que não paravam de aparecer resolvi a explorar melhor o ambiente “olhando” ao meu redor e as línguas do daime vagando por todo mundo naquela velocidade rápida que lhe é peculiar....zum...zum.... essas línguas são sem caveiras, são só línguas/braços. Elas ficam vagando pelo pessoal. As vezes aparece uma luzinha aqui, outra lá... escorre um líquido aqui, outro ali...

De repente olho bem ao meu lado e uma cor muito forte me chama a atenção. Que coisa mais linda. Não saberia definir também, a melhor definição é um Pom-pom gigante da cor azul brilhante. Um azul forte, não era um azul fraquinho. Aliás, um azul que não tinha visto em nenhuma sessão ainda. Abro os olhos físicos para ver onde que estava situado este pompom maravilhoso e era na cabeça do responsável pelo local. Estava lá estacionado. Fico olhando o negócio e no meu entender ele perambulava pelos outros, mas não sei se isto era verdade. O Pompom, passou no alto da minha cabeça também, o que ficou tudo azul. Acabou o hino e seu Pompom foi embora para o alto. Fiquei em dúvida porque peguei ele em "flagrante" bem no final do hino então, não tenho certeza ainda se ele passeou por todos os presentes ou emanava daquele homi e deu uma passadinha por mim apenas... não sei mesmo.

Bom, aí tem início um fenômeno realmente indescritível e fantástico. Tem um hino que o pessoal canta que ainda não tenho certeza qual é. Mas é só cantado, digo, sem instrumento algum. Só vozes. Sempre acontece algo forte neste hino. Parece um mantra. Parecem monges cantando. Não sei a letra ainda... É cantando num tom mais baixo do que o das músicas, então fica um pouco mais grave que o normal. Bom, começaram a cantar e do chão vem subindo um negócio, bem onde está a mesa, um pouquinho do lado. Sai uma plataforma de 1 metro de diâmetro aproximadamente. Quando ela chega em cima, se abre como se fosse uma concha acústica e sai de lá três coisas que não tenho a mínima condição de definir o que era até porque não me chama muito a atenção. Mas aquelas coisinhas que deveriam ter uns 50 cm de altura saem em direção ao povo e não as vejo mais (seriam batedores?). É que começo a prestar atenção no que vem a seguir e deixo o pequeno trio de lado. Debaixo daquela concha acústica começa a se mover como se fosse um manto de cor clara, leitosa, bem devagarinho e em direção a todos os presentes. Vem tocando os pés de todos, devagar, toca o colega da frente... e eu ai ai ai, que coisa é essa! Eis que me toca... Santo Deus, não só me toca como sobe pelo meu corpo. E eu entro dentro daquela coisa e fica tudo, mas tudo fica rosa, de um rosa leitoso. Também não sei definir, não era soemnte luz. Estava num ser de como se fosse uma lata de tinta rosa brilhante.

Essa coisa Rosa me diz que se chama: Rosa. Ela me convida para dar uma volta no seu interior e eu também nego, porque não tava a fim de ficar tonto. Ela insiste, mas eu continuo negando. Então ela cansa e se vai.

Logo troca de hino e vamos para segunda parte, próximos a fogueira. Quem quiser tem a segunda consagração como opção. Aos poucos nos aquecemos com o calor da fogueira. Fica bem bonito o ambiente, uma união. Estamos ali ao redor do fogo e rola aquele clima de paz, de amor.

Ao redor do fogo, mais e mais mirações. Três entidades aparecem e ficam por alguns momentos fazendo o seu trabalho. As cabeças aparecem novamente num grande saco e entendo que o que pediam era ajuda. Ao final são recolhidas nesse saco e se vão junto com o término dos trabalhos.

Após o fechamento dos trabalhos uma turma ainda fica ao redor da fogueira curtindo todo aquele clima de laços afetivos de amor, carinho e solidariedade por um bom tempo. Logo depois, uma sopa deliciosa preparada pelas gurias está pronta.

Foi uma sessão muito especial proporcionada pelos dirigentes e por todas as equipes que estiveram presentes neste dia.
No outro dia, viemos a saber pelo morador e dono da casa de retiro que naquela região, por questões políticas e econômicas de nossa história, centenas de índios foram decaptados.

Paz.

....

5/05/2006

Tipos de seres vistos no Daime

O que coloco abaixo está num link no Orkut.

http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=3619444&tid=2462314848273516816&start=1

Não é bem um relato/diário de uma sessão mas percepções de algumas, então cabe aqui.
Está na íntegra.

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Bom, deixa eu contribuir.
Enumerei de forma diferente das do Padrinho Júilo e da Gabriela, já que cada um destes seres dariam muita história, e mesmo assim, de forma resumida ainda deu volume. Não tentei julgar mas é quase impossível eliminar essa condição humana, mas ao menos é na tentativa de entendimento do que sejam essas criaturas todas, se é que isso seja possível, cabe ao menos correr este risco como disse o Padrinho Júlio.

SERES DE FORMA HUMANA


- Um ser de uns 5 metros de altura, verde leitoso, traz um sentimento de Paz e de grandeza incrível. Só vi uma vez. Ficou vários músicas do hinário do Mestre Irineu. De seu desaparecimento, toda a sequência, até ele aparecer, foi algo de excepcional. Foi um dos mais incríveis.
- Criatura feminina tamanho normal que auxilia na limpeza dando passe junto ao fardado que passa o botafumeiro. Já vi duas vezes. Também passa paz e alegria. Sua cor é verde fosflorescente.
- Uma criatura toda cheia de plantas pelo corpo, coberta de plantas, inclusive na cabeça como um cocar. Já vi mais de duas vezes. Cor verde escuro. Cura.
- Indiozito de um metro de altura. Alegria.
- Um grande, de cor negra, passa de seus 4 metros também. Usa roupas brancas. Já o vi mais de uma vez e em lugares (Igrejas) diferentes. Sempre sentado e geralmente fecha os trabalhos. Fé e tranquilidade).
- Seres dentro das árvores, no tronco das árvores. A cabeça é humana, mas o corpo está dentro das árvores e no meio da floresta. Passam calma, mas de uma perpectiva de observação, como em estado de espreita.

ENTIDADES / INCORPORAÇÃO

- Branco que nem o mais branco que já vi. Da linha de oxalá. Trabalha com forças triangulares e cristal. Esperança e Paz, muita paz.
- Um animal, me pareceu uma pantera (um felino) em seu trabalho fica espantando forças estranhas através de seu sopro. Ágil e guardião.
- Azul e branco e feminino, da linha de Iemanjá. Trabalha de muitas maneiras. Das mãos sai um negócio branco que tanto cataliza como espalha por todos, assim como um azul fosflorecente. Amável e receptivo.
- Da mesma linha do animal um ser que não sei ainda quem é também usa do sopro para limpezas e curas, muita cura. Cor esverdeado. Não sei dizer se masculino ou feminino. O sopro é bem poderoso, de longe promove mudanças aonde vai o sopro.
- Um outro, metade uma coisa metade outra que geralmente é o primeiro que aparece. É bem presente, digo, bem claro a mim, esse meio a meio. Sério e comprometido.
- Um Preto, que quando bate o pé, sentado, quebra as coisas que estão sobre. Muita paz e alegria.
- Um do fogo, acho que caboclo. Também muito sério e comprometido.
- Um ser árvore, que de longas ráizes é enorme e bem firmado.

Ps: Quando aparecem e vão aparecer sempre são bem vistas, porque se fazem ver no sentido de quem puder veja e quem puder corra. São cores fortes e vibrantes, entram no salão/terreira e se assentam. As vezes vão direto em alguém ou dão uma "estudada antes" até encontrar eco. Seu aparecimento, se prestar atenção, é pronunciado. Já aconteceu certa feita, que TUDO parou para ver aquele ser entrar, toda a fauna/flora parou, e desceu de lá um ser muito especial. É só estar ligado que os avisos são feitos. Geralmente há uma sequência de fatos, como uma luz seguida de uma movimentação, e logo de algo que sai de dentro e depois que "caminha" e depois que se faz presente.


SERES DE FORMA NÃO HUMANA

1 - BRILHANTES EM COR. (De limpeza, se misturam com outros neutros e escuros, assim como em diferente dimensões)
- plantas/árvores: Um tipo de pinheiro (limpeza) que sai um gás de seus ramos (movimentos bem lentos); um tipo de babosa que dentor seu caule saem luzes numa velocidade incrível que está em conexão com o alto (cura - movimentos lentos mas não em seu caule); Grama viva; Um tipo de cactos utilizado como ornamentos, são seres felizes que costumam celebrar.
- bandos de Pom-pons, ás vezes rosas, verdes e azuis. Já vi em bandos de 5 ou 6, como já vi sozinhos. Flutuam no ar como balões. Não entendi ainda a "função" deles. (se é que se pode realmente entender alguma coisa)
- túneis dentro de seres sem forma definida (círculos, retângulos, braços). São de muito rápido contato quando dentro, geralmente tonteiam e tem a ver com resistência e concentração. As vezes aparecem como portais nos mais diversos locais, mas muitas vezes são prolongamentos dos seres que aparecem. São sempre convidativos.
- Seres que descem do nada como naves e aterram. De dentro deles saem as coisas mais estranhas belas e assustadoras possíveis e quando encontra alguém que os receba, eles batem um papo mais de perto. Sempre ocorrem. Nunca vi essas com forma humana. Muitas vezes de forma cônica.
- sensação de scaneamento do corpo, inicia no pé e sobre até a cabeça. Sempre acompanhado de um desses seres rápidos.
- Ser estrela, da linha de iemanjá. Já vi mais de uma vez e em diferentes Igrejas. Ela, junto com a fumaça do incensário, faz um bolsão de limpeza, fecha e vai embora.
- água em forma de chuva geralmente é de cor clara.
- um ser de cor azul escuro cintilante que pulsa como coração, está debaixo da terra e é gigantesco.

2 - NEUTROS EM COR (auxiliam na limpeza e as vezes ficam passeando por toda a sessão)
- árvores/plantas: - um arbusto que, certa feita ficou me cutucando quase a sessão inteira, cor marrom (curioso); plantas de longas folhas que mais parecem cobras, mas são plantas e bem vivas (se mexem devagar também) auxiliam na limpeza. Uma delas em especial tem flores vermelhas nas pontas (cura); Outras que que já vi várias vezes também, se grudam na gente, tem ventosas que se grudam no corpo, não sei o que exatamente "comem"; um tipo de alga de cor alaranjada que trabalha com limpeza com água;
- umas outras que parecem cobras numa olhadela rápida, mas olhando bem, o formato é semelhante a de galho de babosa. São muito rápidas. Sempre aparecem nas sessões e em diferentes locais já as presencieis. Tem a ver diretamente com a questão da força do Jagube quando aparecem. Auxiliam na limpeza. Quando alguém da sessão tá na peia elas aparecem mais aí como umas coisinhas que parecem umas caveirinhas, mas são como corais (cracas) do mar; árvores que caminham e tem braços como humanos, também de um tipo de limpeza e centramento de chacras.
- ser de cor amarelo como palha, uma grande palha ambunlante. Quando vem abraça o vivente e dependendo fica um tempinho, é bem visível.

3 - ESCUROS EM COR (Limpeza primeira, digamos as mais pesadas)
- árvores/plantas: seres em forma de cobra, um deles gigante que geralmente é trabalho pesado, na verdade como só vi um pedaço desse grande (o diâmetro) não saberia dizer se aquele era uma cobra que devia ter uns 400 metros de tamanho toda enrolada que ficava se mexendo pacas (assustadora devido a proporção) ou se era algum tipo de cipó/árvore/planta;
- Bromélias: uma gigante que me assutou muito voando, mas também já via paradas que ficam fora do círculo esperando alimento da turma (são bem lentas); outros que logo que começa a sessão, não saberia definir também, mas que são plantas e se alimentam das nossas melecas, jogadas no chão, elas entram no salão colhem o que tiver que colher e se retiram (um pouco mais rápidas que as anteriores)
- seres em forma de raíz que quando a coisa tá preta, literalmente, eles vem enraizando pelo chão até tomar conta de tudo, mas é só o próximo hino começar que a raizes se desfazem aos poucos. Mas sem firmeza elas ficam mais tempo as vezes. É assustador, porque tudo fiva preto em volta, bem devagar, e vai pegando tudo que estiver por perto... tem que ter firmeza nessa hora e não tibutear.
- Ser vulto, bolsa grande e que engole. É rápido e não tá nem aí, bobiou, pimba e aí é peia na certa.
- Ser polvo que mora debaixo da Terra. Tem os seus quase dois metros e tentáculos grandes. Também é de limpeza mas é arisco e aproveitador. Bobiou na concentração ele sobe e dá uma lambida. É realmente assustador.
- Os abismos que se abrem nos mais diferentes locais do salão. Tem igrejas que são sempre no mesmo local, como uma rede de esgoto.

OUTROS:
- portais dos mais diferentes matizes: no ar, no chão e no mato. Tem que estar atento, porque eles abrem e fecham se você não for rápido e não tiver coragem eles vão embora. As vezes ficam mais tempo esperando um impulso de sua parte. Mas se fecham assim que você os nega. Tem que ter uma certa coragem porque a viagem dentro é bem forte, claro dependendo do tipo. Mas vale a pena. Nesses portais é fácil cair para alucinações e/ou imaginação, já que mexem mesmo e muito com a mente.
- água, das mais diferentes formas e cores. Quando a limpeza tá pesada a água é cinza e cai em abismos de tamanho descomunal. Muitas vezes é alguém que não tá na conectado direito. As vezes é tanto que acinzenteia tudo a ponto de começar a dar peia em muita gente. Por isso a importância de um centramento e de concentração nos hinos;
- umas criaturas em forma de poeira que viajam numa velocidade grande que flutuam e quando se está na dimensão delas a gente vira pó.
- criaturas que tomam forma e tamanho de maneira diferente, como um rio. Vão invadindo devagarinho, como um ser Rosa que conheci na última sessão. Cura e Paz.
Enfim, tantos e tantos outros que de tantos fogem as explicações e tentativas mundanas...
Paz aê Pessoal...

Fábio Carvalho 04/05/2006

Minha primeira sessão

Meu primeiro Daime
Relato de um curioso, com todo o respeito...

Sábado, dia primeiro de outubro. Já passavam das 15:30 quando chegou o último componente. Numa roda de psicoterapia, alguns contaram coisas particulares. Começa a cerimônia cada um tomando o seu copo, começando pelo pessoal da roda. Nesse estavam o coordenador, o que servia o chá, e outros que cantariam com seus violões os hinos da cerimônia.
Fui o último, depois que todos tomarem o seu. Fui lá pegar o meu copo. Tomei. Achei muito a quantia, mas como não tinha idéia do que era... tomei. Antes de engolir, fiz uma pequena prece, e bebi aquele negócio amargo. Uma mistura de cerveja, como guaraná, vinagre... sei lá.

-------- bom, ia fazer em formato de relato, pelo qual creio ser mais livre e contar as coisas com um certo humor, que prefiro, ao lidar com essas coisas, para não cair em coisas místicas demais e mesmo dogmáticas. Um humor permite uma certa liberdade dessas coisas, que entendo, podem atrapalhar uma busca. Mas não tenho tempo agora, e se não fizer logo essas anotações, corro o risco de esquecer muitas coisas, então vai do jeito que me lembro das coisas. As coisas abaixo não estão exatamente na ordem em que aconteceram, mas muito próximo de uma ordem cronológica, o que é bem difícil, talvez impossível. Gostaria de desenhar tudo que vi. Não sei se vou conseguir, mas vou tentar um dia ---------

- o corpo com um mal estar. Suspirando com sono, mas sem sono. Não nego que por mim, naquele momento dormiria e bem. Isso no início. Então me acostumo com essa letargia e as coisas começam a acontecer. Meu corpo está se adaptando a não sei o quê.

- Vejo índios em fileiras entrando num mato. Uma pena vermelha aparece flutuando. Essa pena indica que começo a ter visões, que o fato de ver índios não me diz nada. Até porque foi um flash, como uma fotografia, então nem dei muita bola. Mas percebo que algo estranho começa a acontecer. Começo a ver imagens sem muita nitidez. Com mais atenção percebo que estamos numa grande Oca, ao menos foi o que entendi, porque nunca entrei numa. E era MUITO grande.

- Nesse instante, fico brabo com meu guia, que nunca apareceu para mim, se é que ele e essas coisas existem. Pelo menos nitidamente ele nunca apareceu. Invoco ele: - Como é que é o Guia, vai aparecer hoje ou não vai!

- Começo a executar uns mantras na testa para abrir a visão... nem precisei muito. Pensei, pô é um momento de ele aparecer e vai ficar se escondendo de novo. Quero saber como é você!

- Percebo agora que estou com todos sentidos sensíveis, o que posso chamar de um estado de meditação bem próximo dos melhores que já tive....oba... é hoje.... e outra, é bem, mas bem estável a condição em que me encontro. Um estado medidativo sem ser para lá de ZEN, muito pelo contrário. Um estado de percepção aguçadíssimo.

- Uma coisa que parece ser uma grande árvore aparece. Dela sai dois serezinhos que ficam brincando nos meus pés. Não sei o que eram. Pareciam desajeitados pequenos tronquitos de árvores. Caminhavam picando, bem desajeitados. Subiram pelas minhas pernas. O que eles queriam ali, não entendi. De repente sumiram. As imagens ficam cada vez mais claras. Já deixaram a tempo de ser “fotografias” e passaram a ser filmes as minhas percepções.

- Um ser de forma humana aparece na porta ao meu lado parado. Ele era alto. Sua “cor/fisionomia/delineação" era de um tom claro.

- Bom, a visão começa a clarear mais e mais agora . “Abro os olhos” e tomo um susto. Uma tromba passeia na minha frente. Passeava por todo o salão. Fica do meu lado e para. Olho para a ponta dessa tromba/língua e vejo duas flores vermelha na ponta. Fiz que fui pegar a flor até para dizer aquela coisa com vida que eu estava vendo ela, ou seja, quis brincar... olha tô te vendo, que legal. Até então, eu estava calmo.

- Um ser voando aparece na floresta com uma capa preta e dourada. Minha intuição me diz ser uma energia feminina.

- Olho para frente. Um negócio está me “olhando”. Não tem forma exata. Parece um objeto, como se eu estivesse de frente para uma cobra naja. Mas não é uma cobra, é alguma coisa que tem vida, se mexe e não é mal. É como se ela me cutucasse. Alô, tem alguém aí? Eu percebo ela e ela me percebe. Essa coisa parecendo um grande galho de babosa (até então não tinha associado isso há uma “galho de babosa”), quando vista de lado, pois aparecia aquelas barbatanas espinhentas, me fura no peito na altura do meio para extremidade esquerda e começa a sair um fluído preto. Me assusto com isso, e digo para esse ser estranho que fique do meu lado.... bem quietinho. Ele fica, a cerimônia inteira, do meu lado direto, atrás de mim.

- Uma outra criatura árvore para a minha frente. Os movimentos dessas criaturas são todos muito lentos. Parece um bicho preguiça, bem devagar. Talvez para não assustar. Pois, esse bicho árvore aí, tem uma bola do tamanho de um ovo de avestruz. O ovo vem subindo na minha frente. Algo me intui para fica com a coluna ereta. O ovo, vejo que é feito de uma luz, não muito brilhante, uma luz opaca. O ovo sobe devagar, mas não através de uma mão, sei lá pelo quê. Vai subindo, subindo, quando chega na minha testa fica tudo claro, perco a visão... como se acendesse um farol na minha testa...sobe mais um pouco e saio fora do corpo por uns momentos. E vejo um monte de coisas mais estranhas ainda.... a babosa por exemplo, tem um fluxo de luz em seu interior...imaginem a Freeway em pleno feriadão ou verão. Era um fluxo de luz em seu interior num velocidade incrível. Isso tinha descido do alto, também a minha esquerda.

- Abro os olhos físicos e olho para os outros da sala, porque tinha muita luz forte quando estava com os olhos fechados, que depois é que me dou conta, pois então abro os olhos para ver se não estou viajando na maionese com tanta luz naquela sala. Mas para minha decepção, a luz física ambiente era bem fraca. Estávamos numa penumbra.

- No alto à esquerda, uma coisa assustadora entra e fica planando ao alto. Parece uma lula gingante. Mas olhando bem é um ser flor. Uma bromélia MUITO grande, que se mexe. Ela vem para o meio da sala e fica sobrevoando o povo, num velocidade bem lenta.

- Nesse momento, a música de São Jorge começa a ser cantada. Uma clone de luz começa a girar no meio do pessoal que gira numa velocidade incrível. Esse clone, ou corredor luz, cai do céu como um raio. Ele é bem grosso. Um monte de cores, me lembro de rosa e verde claro, estão juntos nesse cone. E tudo começa a brilhar o salão fica claro como o sol.

- Não me lembro se antes ou depois dessa música de São Jorge, mas também uma música que falava de limpeza, vi uma floresta de pinheiros iluminada suavemente por uma luz verde claro. As árvores tinhas os seus galhos superiores podados. Essas árvores começaram a girar devagarzinho e soltavam um jato branco que pareceu serem perfumados. Elas, as árvores, giravam para cima. Não estavam fixa no solo. De repente eu me projetei lá no meio delas, como numa dança....aí....

- Cai a fichinha, Santo Daime, floresta, plantas....ah ta, essas criaturas estranhas que perambulam pela sala são plantas com vida.

- Ah, então não são seres do mal, será... não sinto nada mal. Tenho medo, confesso. São criaturas bem estranhas. Bom, acho que faço as pazes comigo e com isso que to vendo e as coisas começam a mudar.

- Aparecem outras plantas estranhas. Uma fica me cutucando o tempo inteiro, ao meu lado direito. Ela não para de se mexer. Sua cor é de um marrom, mais ou menos um metro e meio. Ela era um pouco mais rápidinha que as outras, mas só um pouco.

- Aceito as plantas, então, a partir desse momento minha percepção muda. Acho que entro numa outra sintonia com tudo. Algo mais sutil começo a perceber. É como se eu entrasse agora num outro mundo. A sala parece ter algo que se multiplica... tipo aquele mercúrio que é usado em termômetro. A sala parece que está toda grudada com uma “coisa” que muda de formato. Primeiro era de um tecido, areia, sei lá. Da cor dourada, um dourada que não ofusca. Tipo ouro que não foi polido. Depois as coisas possuem um contorno, brilhante, como aquelas coisas de néon que a gente compra em shows. E tudo isso é maleável...s mexe. O que eu mexo mexe também lá... está tudo interligado. Um outra forma que de repente tudo se transforma é em pequenos quadradinhos furados. Sei lá, me parece aqueles corais de fundo do mar. A cor também é de um amarelo ouro. Tudo vivo. Em resumo é como se eu estivesse num fluído que qualquer movimento interfere em tudo. Não é nada desagradável.

- Aê cantam a música de iemanjá e tudo fica preto de repente. Lá no fundo surge uma luzinha, que numa velocidade bem rápida vem voando na escuridão. Quando chega perto de onde eu estava, ou pelo menos o que vejo, estou em alto mar com ondas, mas num mar calmo. Essa luz que viaja ilumina tudo o que aparece. É incrível. Sobre essa luz parecia haver uma espécie de manto, sei lá, não ficou muito claro, porque brilhava muito. Antes de isso aparecer, aparece dois olhos de peixe. Parados, não vejo vida nesse peixe.

- Quando a música evocou o vento, bom, acho que o vento me levou porque me entreguei ao vento e virei vento. E que sensação doida. O vento é um monte de partículas que viajam numa velocidade louca. Começo a andar pela sala. Nesse momento me entregava de novo a essa coisa, que não era nem vento nem água, já era algo diferente.

- Algodões passeavam pelos presentes, nas cores rosa, verdinho.... são coisas já de um outro plano, que não esses das plantas. E isso ocorre durante todo o cerimonial.

- Num momento da sessão, quase no fim. A sala fica toda rosa, de um rosa gostoso.
- Haviam umas plantas felizes. Um tipo de cactos usados como ornamentos, também no final, ficava se mexendo mais rapidinho. Pareciam celebrar algo... estavam felizes.

- Num momento, também no final, próximo a mim. Uma parede de grama, como se fosse uma casa, uma janela de madeira e grama apareceu perto de mim.

- Bem no final, parece que tudo se transformou numa grande festa. Uma flor, ou sei lá o que é isso, girava na velocidade do bixo preguiça, como num carrossel, subindo bem lentamente. Enquanto ela subia, a sensação era de que o mundo estava em festa. Havia muita vida, muita alegria. As formas mais estranhas e belas também celebravam.

- EM outro momento, apareceu um monte de balão flutuante. Parecia um povo de balões, que também flutuavam numa velocidade diferente. Tudo mais lento. Eles passaram sobre todos os presentes.

- Antes de iniciar a sessão, não tinha tomado nada ainda, a única coisa que vi e que permaneceu até começar o cerimonial era algo dourada com fundo azul. Não sei o que era. Parecia um candelabro parado lá no que parecia ser um céu bíblico.

- As sensações físicas durante todo o ritual ficaram muito aguçadas. A audição principalmente. Num momento o som dos violões pareciam que saiam do meu umbigo. Meu umbigo se agitava quando me concentrava no som do violão, como se fossem as próprias cordas. Em alguns momentos tive uma tremedeira estranha, mas que logo voltava ao normal Meus braços, logo no início ficaram dormentes nas extremidades. Notei que se “voltasse para o corpo” ficava com frio e com náusea, o que era desagradável. Então saía fora, ia para o outro lado, não haviam nenhum mal estar em estar do lado de lá e tinha um mundo acontecendo nesse “outro estado”. A sensação é de estar coabitando em dois mundos. O chá, com todo o respeito que merece, parece que faz isso, te expulsa do corpo. Quando pensava que ia voltar ao normal já que o efeito é bem prolongado, eu saia da casinha de novo. Quando deixava a coluna ereta, era como se eu encaixasse e logo ia para um estado bem “doido”. O fato de sempre estar bocejando é como em meditações, quando começo a mexer com energias. Não cheguei a vomitar, mas se ficasse em dúvidas quando a ficar do lado de cá ou de lá, isso em si já causava um enjôo. Então decidi ficar do lado de lá. Quando tudo acabou, ainda grog, o fato de voltar a normalidade me trazia náusea. Mas acho que soube dosar o de cá com o de lá, porque no fim não vomitei nada.

Bom, pós cerimônia que durou umas 4 horas. Fui dormir. Acordei às 4:20 bem disposto. Não precisava dormir mais. Levando em conta que fui dormir às 01:00, dormi pouco e bem. Acabei dormindo mais. O encontro começou às 15:30, o ritual acabou perto das 21:30, mas saímos da casa perto das 23:00. Então, no total, foram 7 horas e meia... mas eu fiquei bem chapado, mesmo depois das 4:20 AM ainda sentia os efeitos do chá.

Não tinha fome até ao meio-dia de domingo. Se eu não comesse estaria tudo bem. E olho que sou comilão.
À noite de domingo, às 20:45 aproximadamente, entrei na burracheira de novo. Burracheira é esse estado de percepção diferente das coisas. Esse estado de consciência alterado é bem gostoso. Fui dormir e acordei às 0:44 e notei que tinha passado o estado de grog.

Agora, nesse exato momento em que escrevo ainda não estou normal, mas está tudo bem. É gostoso estar assim. Fora esse lado de visões, e outras coisas, caíram algumas fichas bem importantes.

O fato de ser alucinógeno, põe em dúvida se tudo o que vi realmente vi ou são criações minhas. Levando em consideração que já tenho um certo discernimento por causa de anos de prática em meditação, de que nunca tinha visto seres como estes, mas já vi outros, e muito menos a respeito de "tipos de visões" que se tratam em cerimônia do Daime na questão prática, creio que não eram alucinações ou algo do gênero. Todavia, não custa nada manter os pés no chão.

Te mais pessoal....

Fábio Carvalho, 3 de outubro de 2005